Artigo
O setor da Saúde passa por um momento totalmente inusitado de fortes transformações. A Pandemia trouxe para as instituições, novos desafios a cada dia e junto com este momento delicado em todo mundo, fica mais acirrada as negociações entre operadoras e prestadores de serviços. As discussões passam por novos formatos de remuneração, considerando a saúde baseada em valor, o DRG, a migração, diárias globais dentre outras medidas.
E diante desse novo cenário, não existe mais espaço para sequer pensar em uma gestão desprovida de profissionalismo. A necessidade de informações confiáveis para tomada de decisões seguras, tornou-se um imperativo dos dias atuais – a melhoria dos padrões de gestão, por meio de um sistema de informações gerenciais e o conhecimento dos custos dos serviços tornaram-se bases imprescindíveis para o sucesso da empresa e, muitas vezes, da própria sobrevivência.
Estamos diante de fatos inusitados, em que as negociações passam a ser direcionadas para a qualidade do atendimento e não mais na quantidade. As operadoras passam a negociar com os prestadores de serviços com foco na resolutividade, exigindo de ambas as partes uma nova forma de pensar e de negociar.
Uma das discussões de maior frequência, diz respeito à necessidade de impor maior consistência conceitual, na formulação de preços e no estabelecimento de relações de negociação entre prestadores e tomadores de serviços, compatíveis com o grau de profissionalismo que um mercado competitivo exige. Os mecanismos tradicionais de negociação já não funcionam mais, o momento exige ousadia, com uma pitada de risco, porém as decisões devem ser alicerçadas em informações confiáveis, indicadores dinâmicos e confiáveis – não há mais espaço para negociações sem conhecer os verdadeiros custos dos serviços.
As negociações passam a ser totalmente diferentes do modelo tradicional. As tabelas de preços atuais estão sendo substituídas por outros formatos de negociação, que consideram o desfecho clínico, adoção de metodologias, como o VBHC (Value-Based Healthcare), o orçamento ajustado, dentre outros tipos que vêm surgindo como opções aos atuais. Mas um ponto é consenso por todos os atores envolvidos: a informação de custos, resultado, margem de contribuição são fundamentais para qualquer modelo de negociação que seja adotado.
Alguns efeitos são esperados das informações, como:
– Estabelecimento de preços adequados;
– Mensuração dos custos com “retrabalhos”;
– Identificação de serviços e clientes mais lucrativos;
– Avaliação dos custos fixos e variáveis;
– Definição do ponto de equilíbrio, dentre outros.
Porém, para que esses efeitos ocorram, é de extrema importância que a direção da instituição esteja plenamente convencida da necessidade da informação.
Surge a necessidade de adequação da organização com um sistema de informações compatíveis com as novas condições impostas pelo mercado – a constituição de informações de custos dos insumos compreendidos nos tratamentos e a geração de parâmetros de referência médica, são dados que já deveriam estar fluindo de forma rotineira nas instituições.
Cabe à instituição, avaliar junto à operadora qual é o modelo a ser adotado, que seja adequado e bom para os dois lados. E acaba sendo inerente à instituição, a necessidade da adoção de uma metodologia que propicie informações confiáveis durante todas as fases do processo. Existem diversas opções de ferramentas para geração de dados, porém, o mais importante é adotar uma cultura na instituição, e usar a informação para controle, gerenciamento e tomada de decisão, com confiança, agilidade e credibilidade.
Autor
Eduardo Regonha – Diretor Executivo da XHL Consultoria
Doutor em Ciências – Custos em Oftalmologia (Unifesp – EPM), Especialista em Administração Hospitalar pela FGV/SP, Coordenador do Curso da MBA em Administração Hospitalar, pela Faculdade Unimed – Professor convidado da Fundação Dom Cabral
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